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Viagem de Lula à China custou ao menos R$ 5,5 milhões aos cofres públicos

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A viagem de três dias de Lula e sua comitiva à China no mês passado custou ao menos R$ 5,5 milhões aos cofres públicos. Os dados foram obtidos pela Jovem Pan via Lei de Acesso à Informação (LAI) e ainda estão sendo consolidados, devido ao reagendamento da visita, do dia 25 de março para 11 de abril, por motivos de saúde do presidente da República.

Segundo o Itamaraty, custos de hospedagem ainda estão sendo objeto de negociação e devem impactar no valor final — custos com passagens e combustível das aeronaves oficiais não foram informados.

O petista embarcou no dia 11 de abril, com destino a Xangai. No dia 13, seguiu para a capital Pequim, e retornou ao Brasil no dia 16 de abril, com parada em Abu Dhabi. Os gastos obtidos não consideram o que foi pago pelo governo com a viagem ao país árabe.

O custo original com estadia havia sido calculado em US$ 226,6 mil. Após a remarcação, a Divisão de Pagamentos do Ministério das Relações Exteriores empenhou mais US$ 163,3 mil. O total de US$ 389,9 mil equivale a quase R$ 2 milhões, seguindo o câmbio do dia 11 de abril.

Parte desse custo extra é decorrente dos gastos como o chamado Escalão Avançado (Escav), composto por seguranças, cerimonialistas e demais servidores. O grupo, de cerca de 30 pessoas, é responsável pelos preparativos dos compromissos presidenciais fora do Brasil. Por causa do adiamento da viagem, o Escav precisou ser enviado duas vezes.

Para as equipes que viajaram em março e em abril, foram empenhados mais de R$ 1 milhão só em diárias: R$ 717,6 mil (março) e R$ 291, 4 mil (abril), acrescidos de mais R$ 70 mil, até o momento, com diárias da comitiva presidencial e da comitiva de apoio que viajaram juntamente com o presidente Lula no dia 11 de abril. Também foram pagos R$ 950,8 mil com aluguel de veículos para os deslocamentos das equipes em Pequim e em Xangai.

Na relação de despesas, há o registro de pagamento no valor de R$ 651,1 mil para o aluguel de salas de apoio durante visita à Xangai e outros R$ 206,6 mil para “aluguel e montagem das salas de escritórios de apoio”. Não há descrição sobre a razão de locação dos espaços nem local exato ou quantidade de salas. O governo também gastou R$ 402,4 mil para a contratação de intérpretes e R$ 16,8 mil para o aluguel de veículo e contratação de intérprete para a ministra Luciana Santos.

Entre outros custos, estão R$ 129,5 mil para arcar com serviço de catering para coquetel, R$ 79 mil para “reforço da parcela regular de manutenção para pagamento de serviços eventuais”, e R$ 26 mil para a aquisição de equipamentos auriculares e sistema de áudio redundante durante a visita da comitiva em Xangai. Além dos aviões utilizados para deslocar as duas equipes de Escavs entre Brasil e China, no dia 11 de abril, o governo precisou dividir a comitiva presidencial em dois voos diferentes, devido ao tamanho do grupo.

A reportagem também solicitou os gastos com combustível das aeronaves da FAB e de eventuais passagens compradas em companhias aéreas, mas os valores não foram informados.

Na China, Lula compareceu à posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento; visitou a gigante de tecnologia Huawei; teve audiência com o secretário-geral do Partido Comunista em Xangai, Chen Jining; e foi recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping.

Integraram a comitiva presidencial, além de governadores e parlamentares, a primeira-dama, Janja, oito ministros e um vice-ministro. Foram eles: Fernando Haddad, da Fazenda; Marina Silva, do Meio Ambiente; Mauro Vieira, das Relações Exteriores; Luciana Santos, de Ciência, Tecnologia e Inovação; Paulo Teixeira, de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Margareth Menezes, da Cultura; Carlos Fávaro, da Agricultura; Juscelino Filho, das Comunicações, e Márcio Rosa, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que viajou como interino no lugar do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Mesmo desconsiderando a hospedagem, o total gasto por Lula na China é maior que a despesa do governo federal para a viagem de quatro dias do ex-presidente Jair Bolsonaro à Rússia e à Hungria, em fevereiro do ano passado. Na ocasião, foram pagos R$ 2,1 milhões, de acordo com dados fornecidos também via Lei de Acesso à Informação, que não disponibilizou as despesas com estadia e com combustível de aviões da FAB.

Jovem Pan

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