Moraes nega pedido de Bolsonaro para adiar depoimentos

O ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para cancelar audiências de testemunhas no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Os advogados pediam para adiar os depoimentos e alegavam falta de tempo para analisar novos documentos juntados à ação.
Em sua decisão, Moraes afirmou que as novas provas, reunidas pela Polícia Federal, não alteram a acusação formulada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nem a decisão que tornou Bolsonaro réu.
“A disponibilização desse material, entretanto, em nada alterou os fatos imputados na acusação”, escreveu o ministro em despacho publicado na sexta-feira, 16.
A fase de depoimentos começa nesta segunda-feira, 19, e se estende até 2 de junho. Ao todo, 82 testemunhas devem ser ouvidas por videoconferência. A ação penal atinge Bolsonaro e outros sete acusados de integrar o “núcleo crucial” da trama golpista, segundo a PGR.
Apesar da negativa, a defesa de Bolsonaro apresentou novo pedido de adiamento, também na sexta, argumentando que os arquivos disponibilizados pela PF somam cerca de 40 terabytes e exigiriam, segundo cálculos da defesa, ao menos 178 horas de download com internet de 500 Mbps.