Ministro Barroso cogita deixar o STF em meio à escalada da crise dos EUA com o Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, estaria avaliando a possibilidade de deixar a Corte antes do fim de seu mandato, em meio ao agravamento da crise diplomática com os Estados Unidos. A informação circula entre interlocutores próximos ao magistrado e ganhou força após os recentes desdobramentos envolvendo o sistema judiciário brasileiro e a repercussão internacional da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Fontes em Brasília indicam que Barroso estaria incomodado com o desgaste crescente da imagem do STF, especialmente após parlamentares norte-americanos sugerirem a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros da Suprema Corte, incluindo Alexandre de Moraes, e com rumores de sanções pessoais se espalhando nos bastidores diplomáticos.
Apesar de não haver nenhum anúncio oficial, o movimento é interpretado por aliados como uma tentativa de preservar a instituição e de evitar o aprofundamento de um conflito que já extrapolou as fronteiras do Brasil.
Nos bastidores, comenta-se que a recente visita de diplomatas norte-americanos ao Congresso brasileiro — com foco em liberdades civis, garantias processuais e atuação do Judiciário — teria sido o ponto de inflexão para a avaliação de Barroso. O ministro, que assumiu a presidência do STF em 2023, já teria confidenciado a colegas que “a temperatura institucional passou do ponto”.
A eventual saída antecipada de Barroso abriria mais uma vaga na Corte a ser preenchida pelo presidente Lula, o que reacende debates sobre equilíbrio e independência entre os Poderes.
O STF, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a possível renúncia do ministro.