Federações partidárias miram o fundão: União Brasil, PP, PSDB, Podemos e MDB de olho no dinheiro público

A recente movimentação nos bastidores da política nacional, com o anúncio da federação entre União Brasil e PP, a provável fusão entre PSDB e Podemos, e a busca do MDB por um parceiro, tem uma motivação central que vai muito além da retórica de “unidade ideológica” ou “fortalecimento de projetos”. Na prática, especialistas são unânimes: o que move esses partidos é o interesse pelo fundo eleitoral — o famoso “fundão”.
Com as novas regras eleitorais, partidos que não alcançam determinado desempenho nas urnas correm o risco de perder acesso a cifras milionárias do fundo partidário e do fundo eleitoral, instrumentos que garantem musculatura financeira para campanhas e manutenção das legendas. Diante disso, as federações surgem como a saída estratégica para sobreviver politicamente — e, sobretudo, financeiramente.
O discurso é sempre técnico ou ideológico, mas a realidade escancara a velha prática da política brasileira: a manutenção do sistema com dinheiro público, custeado pelos contribuintes. Em vez de representarem uma renovação, essas federações vêm sendo vistas por muitos analistas como uma maneira disfarçada de garantir o repasse bilionário do fundão, mesmo com bancadas esvaziadas e sem representatividade real.
Enquanto isso, os partidos seguem operando como máquinas de sobrevivência eleitoral, unindo forças não por convergência de ideias, mas por conveniência de caixa.