Centrão amplia presença nos estados e projeta recorde de candidaturas a governador em 2026

Partidos do centrão se fortalecem nos estados e preparam uma ofensiva para 2026, ano das próximas eleições gerais. Com PT e PL concentrados na disputa presidencial e na ampliação de bancadas no Senado, siglas como PP, União Brasil e Republicanos articulam candidaturas em várias unidades da Federação e devem alcançar um número recorde de nomes nas disputas pelos governos estaduais.
A federação União Progressista — formada por PP e União Brasil — pode lançar candidatos ao governo em até 16 estados. O bloco terá tempo robusto de propaganda eleitoral e cerca de R$ 1 bilhão em recursos do fundo eleitoral. “A federação cria uma boa estrutura de largada que viabiliza uma candidatura a governador. O passo seguinte é buscar o apoio de outros partidos”, afirmou ACM Neto, vice-presidente do União Brasil e pré-candidato ao governo da Bahia.
O PP, que disputou governos em cinco estados em 2022 e venceu no Acre e em Roraima, planeja lançar pré-candidaturas em dez estados. Entre os nomes estão o governador Eduardo Riedel (MS) e três vice-governadores que assumirão cargos em 2026: Celina Leão (DF), Lucas Ribeiro (PB) e Mailza Assis (AC). Em São Paulo, o secretário de Segurança Guilherme Derrite surge como possível candidato caso Tarcísio de Freitas dispute a Presidência.
O União Brasil já tem oito pré-candidaturas, incluindo Bahia e Rio de Janeiro, mas enfrenta disputas internas com o PP em estados como Acre, Paraíba e Paraná — onde o senador Sergio Moro tenta viabilizar seu nome ao governo.
Outro partido em expansão é o Republicanos. Em 2022, lançou candidatos em três estados e venceu em São Paulo e Tocantins. Agora, planeja disputar até nove governos, com nomes como o senador Cleitinho (MG), Otaviano Pivetta (MT) e Lorenzo Pazolini (ES), além de negociações com Alan Rick (AC) e Fernando Máximo (RO).
Já o PL de Jair Bolsonaro terá cenário mais limitado. Além da tentativa de reeleição de Jorginho Mello (SC), deve lançar Luciano Zucco (RS) e Maria do Carmo Seffair (AM), além de nomes em Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Norte. Em Minas, Nikolas Ferreira avalia concorrer.
Partidos tradicionais de centro tentam preservar espaço. O MDB planeja candidaturas em oito estados, apostando em nomes experientes como Renan Filho (AL) e vice-governadores que assumirão cargos em 2026. O PSD, fortalecido com filiações recentes, tem ao menos dez pré-candidaturas, incluindo Mateus Simões (MG) e Eduardo Paes (RJ).
Na esquerda, o PT focará na reeleição na Bahia, Ceará e Piauí e lançou Cadu Xavier no RN. Também prepara candidaturas no Rio Grande do Sul e em outros seis estados. O PSB prioriza João Campos (PE) e avalia disputar em São Paulo e no DF.
Já PSDB e PDT enfrentam declínio. Os tucanos apostam numa possível candidatura de Ciro Gomes no Ceará e podem lançar nomes em Goiás e Rondônia. O PDT deve ter candidatos em três estados, com Juliana Brizola como principal aposta no Rio Grande do Sul.