Wilson Santiago admite divergências no Republicanos, mas diz que partido vai buscar união até 2026

O deputado federal Wilson Santiago (Republicanos) quebrou o silêncio sobre as articulações internas e as divergências que têm marcado os bastidores do Republicanos na Paraíba. Em entrevista ao programa CBN João Pessoa, da rádio CBN Paraíba, nesta segunda-feira (20), Santiago tratou com naturalidade os diferentes posicionamentos dentro do partido e defendeu o diálogo como caminho para a construção de uma candidatura unificada para as eleições de 2026.
A fala acontece após o vice-presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Felipe Leitão (Republicanos), indicar que seu grupo político pode apoiar o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (sem partido), em um eventual cenário de disputa ao Governo do Estado. “É natural que os partidos tenham correntes, visões diferentes. Isso existe até em legendas mais antigas, como o MDB. O Republicanos é um partido jovem, ainda em construção, mas tem maturidade suficiente para buscar consenso”, afirmou Santiago.
Ele citou como exemplo a pré-candidatura do presidente da ALPB, Adriano Galdino (Republicanos), ao Governo do Estado. Segundo o parlamentar, o partido respeita a posição de Galdino e reconhece sua importância dentro da legenda, apesar de o nome ainda não ter sido consolidado internamente. “O Republicanos sempre respeitou a pré-candidatura de Adriano. Ele tem grande valor político, articulação e liderança. Inclusive, a vaga ao Senado, que seria do deputado Hugo Motta, chegou a ser oferecida a ele, mas Galdino não quis. Isso mostra que o diálogo existe, e vamos seguir conversando”, ressaltou.
Wilson também comentou o histórico da vaga ao Senado dentro da aliança governista. Segundo ele, o espaço era originalmente destinado ao Republicanos porque Hugo Motta, presidente estadual do partido, pretendia disputar a cadeira. Com a decisão de permanecer na Câmara, a vaga foi repassada ao pai de Hugo, o prefeito de Patos, Nabor Wanderley.
Divisões internas e o futuro da aliança governista
A fala de Santiago ocorre em meio a um cenário de instabilidade dentro da base aliada do governador João Azevêdo (PSB). Com a expectativa de que Azevêdo renuncie ao cargo em abril de 2026 para disputar o Senado, o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) deve assumir o governo e concorrer à reeleição.
A formação da chapa majoritária ainda está em aberto, mas nos bastidores circulam os nomes do próprio João Azevêdo para o Senado, Nabor Wanderley como opção confirmada pelo Republicanos, e o do secretário de Estado da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga, como possível nome para a vice.
Apesar das movimentações, Santiago acredita que o peso da máquina governista será decisivo no próximo pleito e minimiza o impacto de uma eventual dissidência no Republicanos. “Todo governo tem muita força numa eleição de sucessão. Já vimos isso antes. Mesmo nomes desconhecidos, como Roberto Paulino, conseguiram chegar fortes com o apoio da estrutura. É cedo para falar em rompimentos. A prioridade agora é o entendimento interno”, frisou.
Santiago ainda reforçou que o Republicanos não pode desconsiderar a posição de lideranças como Felipe Leitão, Adriano Galdino ou outros aliados da base, mas destacou que o partido tem como característica o respeito à divergência. “Ninguém pode ser desrespeitado. Não significa que vamos concordar com tudo, mas temos que ouvir. O importante é buscar a convergência no momento certo”, concluiu.







